30 maio 2012

Cinema



Robert Pattinson: "Um Óscar é o sonho de um actor"





Como definiria o Eric Packer [personagem principal de ‘Cosmopolis’]: ele é apenas um tipo bizarro ou é um visionário?
Robert Pattinson – É só um tipo esquisito (risos). Acho que ele é uma pessoa que está desesperada à procura de alguma coisa mas não sabe bem o que é. No fundo, ninguém é visionário, o mundo repete-se.
– Mas não foi Don DeLillo visionário, ao escrever o livro do qual o filme é adaptado? Porque a acção é passada há 12 anos, é actual e retrata o estado da economia global…
– Sim, isso é muito louco. Mas, ao mesmo tempo, o colapso dos mercados financeiros… parecia óbvio que ia acontecer.
– Segue notícias sobre economia, conhece a realidade da Europa?
– De um modo geral sim, não especificamente. É estranho. Sei que estão todos aterrorizados com a situação…
– Os diálogos de ‘Cosmopolis’ exploram esse tema mas de forma poética, teatral. Acredita que há pessoas que falam mesmo assim?
– É um pouco teatral, de verdade. Mas o Eric é um tipo que não partilha o seu mundo. No universo dele, toda a gente fala a linguagem dele, comportam-se como ele quer. Ele é totalmente egocêntrico, maníaco, quer ser Deus.
– E quão diferente é o Robert do Eric?
– (risos) Ele tem uma confiança incrível e acha que ninguém o consegue transformar. Enquanto eu… transformo-me a cada nova conversa, a cada novo interlocutor. Quero agradar a quem conversa comigo.
– Mas é uma pessoa confiante…
– Mais ou menos. Sou mais confiante quando todos me odeiam.
– Mas todos o adoram, sobretudo por causa do sucesso de ‘Twilight’. Aceitou este filme a pensar que ia mudar a sua carreira e transformá-lo num actor ‘a sério’ ou foi pelo facto de filmar com alguém como David Cronenberg?
– Tento fazer todos os meus trabalhos como se fosse um actor a sério (risos). E há quem se esqueça de que eu já fiz no passado… Mas depois os filmes do David [Cronenberg] são todos tão únicos e individuais que sabia que era importante fazer este filme.
– No Festival de Cannes, os críticos dividiram-se: odiaram e adoraram o filme. Liga muito à crítica?
– Fico sempre surpreendido. Pensei que ninguém percebesse o filme (risos). Mas gosto de ver reacções tão apaixonadas, seja em que sentido for. E toda a gente se importa com a crítica. Eu importo-me com o que diz toda a gente. Ligo até ao que as raparigas (fãs) lá fora dirão e se calhar nem vão gostar…
– E vai voltar a filmar com David Cronenberg?
– Sim, um filme sobre a indústria do cinema. Muito divertido e bizarro. Ainda não sei quando filmamos porque tenho outros projectos entretanto.
– Acha que ‘Cosmopolis’ pode ser um filme para Óscar?
– Não sei. Mantenho sempre as minhas expectativas em baixo.
– Mas ganhar um Óscar é o sonho maior de um actor…
– Completamente. Os actores são influenciados pelos prémios, é como se levassem uma cacetada na cabeça.

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