A inconstância que me fez mudar
-Marí Amo
Há exatos três anos atrás, eu costumava sentar-me na praça da escola, no intervalo do inglês, com minha mãe ao meu lado ouvindo musica com o fone de ouvido. Eu contemplava os edifícios ao redor daquela praça que se via ao entorno da escola e imaginava se um dia, alguma daquelas coberturas, se tornaria minha casa, meu lar. Fantasiava se ao retornar para casa após um longo dia de trabalho,encontraria meu marido, loiro de olhos claros (azuis ou verdes) para trocarmos carinho e viver de amor. Tudo naquele pedacinho da capital.
As tardes de sábado eram o cenário perfeito para minhas encenações mentais do que acreditava ser um futuro perfeito e completo.
Bom, três anos depois, posso perceber que meus sonhos mudaram. Chego a essa conclusão, ao olhar os mesmos apartamentos, e enxergar cimento e vidro apenas. Não sinto mais a sensação de lar perfeito, nem o desejo de viver naqueles metros quadrados, nem o marido belo surge mais em meus pensamentos.
A certeza que me invade hoje, quase aos dezoito, é de que a simples capital do meu estado já não é mais meu lugar, que meu futuro não se encontra aqui. Eu não pertenço aqui! Falta algo, mas não sei exatamente do que se trata. Preciso encontrar esse lugar, o que de fato, me pertence e esperar aqui nesse mesmo canto não me parece a melhor opção.
Não desejo o mesmo de antes, os velhos quereres não me satisfazem mais, o que busco não está aqui!
Talvez, só talvez, seja hora de partir!
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